Nascido e criado numa família burguesa tradicional do Recife, Antônio Carlos Nóbrega deixou pra trás os cursos de direito, letras e música para viver de arte. Filho de médico, o aluno do Marista se desvinculou também da cultura erudita apreendida no curso de Belas Artes para mergulhar no universo popular. Foi através de Ariano Suassuna que o multiartista começou a se interessar pelo frevo e outros folguedos populares nordestinos, apresentado ao pupilo pelo mestre armorial.
Mais de trinta anos após as suas incursões iniciais pelas brincadeiras pernambucanas, Nóbrega se legitima nacionalmente com a recriação da linguagem cultural da região num estilo único, que faz escola e desde os anos 80 arrebata prêmios de crítica. Nesta segunda, ele recebe mais um. Dessa vez, bem robusto. A Fundação Conrado Wessel (FCW) condecora o artista na sétima edição do Prêmio FCW de Arte, Ciência e Cultura, que destina R$ 200 mil aos seus agraciados. “Já ganhei prêmio de tudo quanto é coisa. Mas desse jeito não”, brinca.
Em entrevista ao JC, o artista lembra de sua trajetória. “Eu vim de outro mundo que me impedia a visão do que não era da nossa cultura. O contato que tínhamos com o povo era com a empregada e o motorista. Não sabia o que era maracatu. Quando conheci, mudei o curso da minha energia criadora”. Nóbrega lançou quatro discos pelo Quinteto Armorial e logo partiu para o trabalho cênico. Em 82, foi morar em São Paulo, onde passou a ter visibilidade participando do programa Som Brasil, apresentado ora por Lima Duarte, ora por Rolando Boldrin. Com o personagem Tonheta, inspirado nos personagens presepeiros dos brinquedos populares, ACN ganhou a mídia e a crítica paulista, na virada dos 90.
Atualmente à frente do Instituto Brincantes, mantido no bairro de Pinheiros, onde mora, ele pretende voltar ao Recife para apresentar o espetáculo Naturalmente, uma síntese de sua pesquisa conceitual em torno das danças do Brasil. Apresentada ao público paulista no ano passado, a peça é um tipo de aula-espetáculo com performances e danças. No palco, 8 músicos e dois bailarinos, além de Nóbrega. “Consegui elaborar uma síntese do imaginário do povo, a forma como ele construiu seu imaginário corporal. É uma linguagem que tem uma unidade formal criada a partir de um temperamento comum do brasileiro. Sustento que no Brasil há um código específico da dança, que pode ser visto nos batuques, nos cortejos, nos espetáculos populares”, coloca o artista que acredita existir um vácuo de investigação cultural, antropológica e etnológica sobre a dança popular brasileira.
Um dos seus projetos acalentados é a investigação teórica e conceitual dessa “alma” nacional da dança. “É uma tarefa animadora. Mas ela me coloca no canto da parede. Meu dia a dia é muito disciplinado: tenho que estudar violino, canto, me dedicar à dança”, explica. Aos 60 anos, o artista diz que já não faz mais as piruetas da juventude. “O corpo já não tem tanto desenvoltura mas estou mais rico e maduro”.
Mais de trinta anos após as suas incursões iniciais pelas brincadeiras pernambucanas, Nóbrega se legitima nacionalmente com a recriação da linguagem cultural da região num estilo único, que faz escola e desde os anos 80 arrebata prêmios de crítica. Nesta segunda, ele recebe mais um. Dessa vez, bem robusto. A Fundação Conrado Wessel (FCW) condecora o artista na sétima edição do Prêmio FCW de Arte, Ciência e Cultura, que destina R$ 200 mil aos seus agraciados. “Já ganhei prêmio de tudo quanto é coisa. Mas desse jeito não”, brinca.
Em entrevista ao JC, o artista lembra de sua trajetória. “Eu vim de outro mundo que me impedia a visão do que não era da nossa cultura. O contato que tínhamos com o povo era com a empregada e o motorista. Não sabia o que era maracatu. Quando conheci, mudei o curso da minha energia criadora”. Nóbrega lançou quatro discos pelo Quinteto Armorial e logo partiu para o trabalho cênico. Em 82, foi morar em São Paulo, onde passou a ter visibilidade participando do programa Som Brasil, apresentado ora por Lima Duarte, ora por Rolando Boldrin. Com o personagem Tonheta, inspirado nos personagens presepeiros dos brinquedos populares, ACN ganhou a mídia e a crítica paulista, na virada dos 90.
Atualmente à frente do Instituto Brincantes, mantido no bairro de Pinheiros, onde mora, ele pretende voltar ao Recife para apresentar o espetáculo Naturalmente, uma síntese de sua pesquisa conceitual em torno das danças do Brasil. Apresentada ao público paulista no ano passado, a peça é um tipo de aula-espetáculo com performances e danças. No palco, 8 músicos e dois bailarinos, além de Nóbrega. “Consegui elaborar uma síntese do imaginário do povo, a forma como ele construiu seu imaginário corporal. É uma linguagem que tem uma unidade formal criada a partir de um temperamento comum do brasileiro. Sustento que no Brasil há um código específico da dança, que pode ser visto nos batuques, nos cortejos, nos espetáculos populares”, coloca o artista que acredita existir um vácuo de investigação cultural, antropológica e etnológica sobre a dança popular brasileira.
Um dos seus projetos acalentados é a investigação teórica e conceitual dessa “alma” nacional da dança. “É uma tarefa animadora. Mas ela me coloca no canto da parede. Meu dia a dia é muito disciplinado: tenho que estudar violino, canto, me dedicar à dança”, explica. Aos 60 anos, o artista diz que já não faz mais as piruetas da juventude. “O corpo já não tem tanto desenvoltura mas estou mais rico e maduro”.
Matéria original ( Jornal do Commercio )
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