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sábado, 29 de março de 2014

Marcelo Bonfá se diz indignado com o lançamento do site de Renato Russo

 
Após o lançamento do site oficial de Renato Russo na última quinta-feira (27), o músico Marcelo Bonfá, ex-integrante da banda Legião Urbana, criticou a forma com que Giuliano Manfredini conduz o legado deixado pelo pai. Em sua página no Facebook, Bonfá citou um texto do amigo e empresário Carlos Taran e falou um pouco sobre a polêmica envolvendo o nome da Legião Urbana. "Carlos Taran é o cara que nos ajudou em todas as vezes que eu e Dado subimos ao palco entre os anos de 2009 a 2013. Foi ele quem teve que lidar com todos as questões relacionadas ao uso do nome da #LegiãoUrbana pelos produtores destes grandes eventos e que desde então acumula os documentos e fatos relacionados aos transtornos causados a nós pelos 'atuais' detentores do nome da banda que foi construída ao longo de décadas por Renato, Dado e Marcelo Bonfá. Faço minhas as palavras de indignação do meu amigo Carlos Taran", escreveu Marcelo, citando abaixo o texto publicado por Carlos.
 
Taran também se mostrou "indignado" (como escreveu) e "triste" com a postura adotada por Giuliano – detentor dos direitos da marca Legião Urbana --segundo o herdeiro, o título era de propriedade de Renato Russo. O uso da marca já foi alvo de briga judicial entre o jovem e os ex-integrantes, o guitarrista Dado Villa-Lobos e o baterista Marcelo Bonfá. Em entrevista ao UOL, Giuliano garante que sempre autorizou o uso "seletivo, cuidadoso e estudado" pelos músicos. "Há exatos 4 anos a EMI lançava o site oficial da banda Legião Urbana, site coletivo que iria receber materiais dos fãs espalhados por todo o Brasil e, além disso, teria a discografia, músicas, fotos, letras, vídeos, depoimentos especiais e muito mais. Essa história tinha começado em 2008, quando a EMI Music Brasil comprou de um fã a titularidade do domínio legiaourbana.com.br".
 
"Em 2012 - quando eu ainda cuidava dos assuntos da banda para Dado e Bonfá - ficamos sabendo que a EMI não poderia continuar financiando a manutenção do site. E ficamos sabendo também que, tempo atrás, a EMI tinha transferido a titularidade do domínio oficial da banda para a família do Renato (que o tinha solicitado alegando que seria deles porque eles detinham os direitos sobre a marca Legião Urbana). Isso tudo aconteceu sem que Dado ou Bonfá fossem informados", relatou o empresário.
 
Carlos continuou com o desabafo e mostrou que a marca legião Urbana envolve três músicos, que na década de 80, em conjunto, criaram a banda."A partir desse momento o site ficou sob o controle dos herdeiros do Renato, e no total abandono. Se você hoje digita o endereço oficial da banda, será direcionado compulsivamente ao novo site oficial (e particular) do Renato. Talvez com a intenção de apagar a existência e história de uma das maiores bandas do rock brasileiro? Não sei..."
O empresário ainda afirmou que as disputas judicias entre Dado, Bonfá e a família Manfredini está mais atual do que nunca."E como não ficar indignado quando você lê, num outro trecho: 'As disputas judiciais travadas por eles, Giuliano de um lado, Villa-Lobos e Bonfá de outro, já foram colocadas para trás. Para mim, esse é assunto passado e superado'. Gente, esse assunto está mais vivo do que nunca e está na Justiça brasileira. O Dado e Bonfá não vão desistir do que é deles por direito. Ninguém pode tirar o patrimônio artístico e histórico deles. Não se trata de dinheiro, se trata de honra".
 
Entenda o caso
 
Em julho de 2013, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro concedeu uma liminar que garantia aos músicos Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá o direito de usar livremente a marca Legião Urbana, o que, segundo eles, estava sendo cerceado pelos familiares de Renato Russo, líder da banda.De acordo com a decisão, os familiares de Renato Russo estavam dificultando as atividades profissionais dos músicos, como agendamentos de shows e eventos baseados na obra da banda. O Juiz Fernando Cesar Ferreira Viana ainda disse que não se pode impedir de utilizar o nome da banda "quem efetivamente ajudou a lhe emprestar relevante sucesso e notoriedade, como é o caso dos autores", escreveu.
 
Em comunicado enviado à imprensa no dia 19 de julho, Dado e Bonfá garantiam que não existe possibilidade da volta da Legião Urbana como banda. "A Legião Urbana éramos o Bonfá, eu e o Renato. E a gente tinha combinado que se saísse um de nós três e entrasse outra pessoa, então não seria mais a Legião Urbana", disse Dado Villa-Lobos, ex-guitarrista da banda.Para o baterista Marcelo Bonfá, se Renato Russo estivesse vivo a situação não teria sido assim. "A liminar nos trouxe de volta um direito que é nosso, nós três criamos e tornamos conhecida a Legião, é um absurdo a gente ter sido proibido de usar algo que construímos com nosso trabalho durante anos", lamentou o músico. A cada tentativa de impedimento por parte da família, haverá multa de R$ 50 mil.
 
"Jamais eles foram impedidos de usar a marca"
 
Em entrevista ao UOL, o assessor da empresa Legião Urbana Produções, Ruy Nogueira, declarou que a atitude de Bonfá e Villa-Lobos de recorrer a Justiça causou "estranheza imensa" ao herdeiro de Renato Russo, Giuliano Manfredini."Jamais eles foram impedidos de usar a marca. A marca pertence ao Giuliano desde o falecimento de seu pai e sempre deu abertura aos parceiros de Renato. No Rock in Rio de 2011, por exemplo, houve o uso do nome Legião Urbana sem nenhum problema". E acrescentou: "Dado e Bonfá foram remunerados e não pagaram nada pelo uso da marca na época".
Em entrevista à Folha, Marcelo Bonfá fez críticas à família de Renato Russo. "Eu fico muito feliz com esse resultado. Essa decisão foi aceita com base em fatos. O que é chato é a gente [Bonfá e Dado Villa-Lobos] ter que se mobilizar. Do lá de lá [dos herdeiros do cantor] sempre teve um empenho em nos excluir", disse.
 
De acordo com Nogueira, os advogados de Giuliano estão se movimentando para decidir a "melhor forma de resolver o caso". "Nenhum dos parceiros de Renato havia reclamado até então e a atitude deles causou susto e decepção a Giuliano. Por isso, ele pediu que os advogados ficassem à frente do caso". "Giuliano era fã de Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá", disse o assessor. Na próxima segunda-feira, os advogados do filho de Renato Russo terão uma posição formalizada.
 
Fonte: Uol
  

Torre Malakoff recebe exposição Múltiplo Leminski


O multiartista curitibano Paulo Leminski (1944-1989) nunca colocou seus pés no Recife. Mas a sua mente criativa viajou pelas terras pernambucanas, por quase uma década, período que levou para escrever o romance Catatau (1975), uma das obras-primas da literatura brasileira de invenção. A trama ficcional se desenvolve a partir de uma visita imaginária do filósofo francês René Descartes ao Brasil, acompanhando a comitiva de Maurício de Nassau, no período da colonização holandesa. A comitiva teria aportado em Olinda, próximo ao Recife Antigo onde está sediada a Torre Malakoff, prédio tombado como patrimônio histórico de Pernambuco.
 
Pois é justamente lá, na Torre Malakoff, que está em cartaz a Exposição Múltiplo Leminski, a maior já feita sobre a vida e obra do artista, resultado de anos de pesquisa e catalogação de toda produção de Paulo Leminski.  A mostra fica até o dia 30 de maio, com entrada franca ao público.  A capital pernambucana é a primeira cidade do Nordeste a receber a mostra itinerante, que já foi visitada por quase 325 mil pessoas no Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba (PR), no Ecomuseu de Itaipu, em Foz do Iguaçu (PR), e no Centro Cultural Oscar Niemeyer, em Goiânia (GO).
 
Em Pernambuco, a realização da exposição (que tem patrocínio do programa Petrobrás Cultural) é da WhoIs Produções, em parceria com a Secretaria de Cultura e Fundarpe. “O recorte desta exposição comunga com a própria cena artística pernambucana, que tem como marca o constante e permanente diálogo entre todos os segmentos da arte. O Leminski músico, poeta, crítico, quadrinhista, ilustrador, cineasta, será muito bem entendido por nós. Leminski é referência obrigatória para o artista contemporâneo, e também é muito importante compartilhar este acervo com todos os que vierem visitar a exposição, na Torre Malakoff”, disse o secretário de Cultura do estado, Marcelo Canuto.

Vínícius de Moraes, e "O dia da criação" porque hoje é sábado

O dia da criação

(Vinícius de Moraes)

Rio de Janeiro , 1946

Macho e fêmea os criou.
Bíblia:
Gênese, 1, 27


I

Hoje é sábado, amanhã é domingo
A vida vem em ondas, como o mar
Os bondes andam em cima dos trilhos
E Nosso Senhor Jesus Cristo morreu na Cruz para nos salvar.

Hoje é sábado, amanhã é domingo
Não há nada como o tempo para passar
Foi muita bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo
Mas por via das dúvidas livrai-nos meu Deus de todo mal.

Hoje é sábado, amanhã é domingo
Amanhã não gosta de ver ninguém bem
Hoje é que é o dia do presente
O dia é sábado.

Impossível fugir a essa dura realidade
Neste momento todos os bares estão repletos de homens vazios
Todos os namorados estão de mãos entrelaçadas
Todos os maridos estão funcionando regularmente
Todas as mulheres estão atentas
Porque hoje é sábado.


II

Neste momento há um casamento
Porque hoje é sábado.
Há um divórcio e um violamento
Porque hoje é sábado.
Há um homem rico que se mata
Porque hoje é sábado.
Há um incesto e uma regata
Porque hoje é sábado.
Há um espetáculo de gala
Porque hoje é sábado.
Há uma mulher que apanha e cala
Porque hoje é sábado.
Há um renovar-se de esperanças
Porque hoje é sábado.
Há uma profunda discordância
Porque hoje é sábado.
Há um sedutor que tomba morto
Porque hoje é sábado.
Há um grande espírito de porco
Porque hoje é sábado.
Há uma mulher que vira homem
Porque hoje é sábado.
Há criancinhas que não comem
Porque hoje é sábado.
Há um piquenique de políticos
Porque hoje é sábado.
Há um grande acréscimo de sífilis
Porque hoje é sábado.
Há um ariano e uma mulata
Porque hoje é sábado.
Há uma tensão inusitada
Porque hoje é sábado.
Há adolescências seminuas
Porque hoje é sábado.
Há um vampiro pelas ruas
Porque hoje é sábado.
Há um grande aumento no consumo
Porque hoje é sábado.
Há um noivo louco de ciúmes
Porque hoje é sábado.
Há um garden-party na cadeia
Porque hoje é sábado.
Há uma impassível lua cheia
Porque hoje é sábado.
Há damas de todas as classes
Porque hoje é sábado.
Umas difíceis, outras fáceis
Porque hoje é sábado.
Há um beber e um dar sem conta
Porque hoje é sábado.

Há uma infeliz que vai de tonta
Porque hoje é sábado.
Há um padre passeando à paisana
Porque hoje é sábado.
Há um frenesi de dar banana
Porque hoje é sábado.
Há a sensação angustiante
Porque hoje é sábado.
De uma mulher dentro de um homem
Porque hoje é sábado.
Há a comemoração fantástica
Porque hoje é sábado.
Da primeira cirurgia plástica
Porque hoje é sábado.
E dando os trâmites por findos
Porque hoje é sábado.
Há a perspectiva do domingo
Porque hoje é sábado. 

 III

Por todas essas razões deverias ter sido riscado do Livro das Origens, ó Sexto Dia da Criação.
De fato, depois da Ouverture do Fiat e da divisão de luzes e trevas
E depois, da separação das águas, e depois, da fecundação da terra
E depois, da gênese dos peixes e das aves e dos animais da terra
Melhor fora que o Senhor das Esferas tivesse descansado.
Na verdade, o homem não era necessário
Nem tu, mulher, ser vegetal, dona do abismo, que queres como as plantas, imovelmente e nunca saciada
Tu que carregas no meio de ti o vórtice supremo da paixão.
Mal procedeu o Senhor em não descansar durante os dois últimos dias
Trinta séculos lutou a humanidade pela semana inglesa
Descansasse o Senhor e simplesmente não existiríamos
Seríamos talvez pólos infinitamente pequenos de partículas cósmicas em queda invisível na terra.
Não viveríamos da degola dos animais e da asfixia dos peixes
Não seríamos paridos em dor nem suaríamos o pão nosso de cada dia
Não sofreríamos males de amor nem desejaríamos a mulher do próximo
Não teríamos escola, serviço militar, casamento civil, imposto sobre a renda e missa de sétimo dia,
Seria a indizível beleza e harmonia do plano verde das terras e das águas em núpcias
A paz e o poder maior das plantas e dos astros em colóquio
A pureza maior do instinto dos peixes, das aves e dos animais em cópula.
Ao revés, precisamos ser lógicos, freqüentemente dogmáticos
Precisamos encarar o problema das colocações morais e estéticas
Ser sociais, cultivar hábitos, rir sem vontade e até praticar amor sem vontade
Tudo isso porque o Senhor cismou em não descansar no Sexto Dia e sim no Sétimo
E para não ficar com as vastas mãos abanando
Resolveu fazer o homem à sua imagem e semelhança
Possivelmente, isto é, muito provavelmente
Porque era sábado.

quarta-feira, 26 de março de 2014

"Fig 2014 abre convocatória nacional"


Através da Secretaria de Cultura e Fundarpe, o Governo do Estado lança a Convocatória Nacional do 24º Festival de Inverno de Garanhuns, que será realizado na segunda quinzena de julho de 2014. O objetivo é selecionar propostas de fruição e formação cultural em Artes Visuais, Audiovisual, Circo, Cultura Popular, Dança, Design e Moda, Fotografia, Literatura, Música, Ópera, Patrimônio Cultural e Teatro. As inscrições podem ser feitas no período de 31 de março a 17 de abril de 2014, de segunda a sexta-feira, no horário das 9 às 18 horas, na sede da SECULT-PE/FUNDARPE (Rua da Aurora, 463/469 - Boa Vista - Recife/PE). Também poderão ser encaminhadas via sedex, para o mesmo endereço.
 
As propostas serão avaliadas por comissão específica que contará critérios como qualidade artística/cultural da atividade, currículo do artista, relevância, originalidade e singularidade da proposta, entre outros. A divulgação das Propostas Habilitadas na Análise de Mérito Artístico-Cultural acontece no dia 21 de maio. A composição para a programação do FIG 2014 será feita entre 22 de maio a 04 de junho. As propostas habilitadas não têm necessariamente sua participação assegurada na programação do 24º FIG. A quantidade de propostas incluída na programação do festival estará condicionada ao perfil dos espaços e ao orçamento destinado ao evento.

Em breve será divulgado uma convocatória específica para a ocupação dos espaços: Praça da Palavra, Pavilhão do Artesanato e Ambiente Criativo.

terça-feira, 25 de março de 2014

"Festival de inverno pela sua visão"



O blog abre espaço a partir de hoje, para você que deseja mostrar o festival de inverno de acordo com a sua visão. Se você tem fotos do Fig(de qualquer edição), e deseja compartilhar esses momentos especiais capturados através de suas lentes com todos os nossos leitores, é só enviar os seus arquivos para o e-mail jonasslira@hotmail.com. O material recebido, será publicado diariamente pelo blog. Os arquivos devem ser enviados contendo os dados do autor da foto, como: Nome, cidade, estado, local das fotos e o ano das mesmas. Se você deseja participar, o blog e todos os leitores irão agradecer. Quem será o primeiro?

"Falando de cinema"



Filme inspirado em Machado de Assis quer anões e drags como figurantes.

 Drag queens, repentistas, anões, mariachis, homens com dreadlocks e uma mulher barbada. Curiosos. esses são alguns dos perfis procurados pela produção do filme "A Igreja do Diabo",  inspirado na obra de Machado de Assis, para seu elenco de apoio e figurantes.Dirigido por Toni Venturi, o longa será filmado entre maio e junho em Paulínia (SP) e Campinas (SP).Os interessados em participar devem enviar duas fotos, de rosto e de corpo, para o e-mail carla.gialluca@hotmail.com. Junto das fotos, devem informar também nome completo, endereço, telefone, idade, altura e peso.
 
Após a pré-seleção, os candidatos passarão por testes de elenco, com local e data informados na próxima quinta-feira (27).Produção luso-brasileira baseada em contos de Machado de Assis, "A Igreja do Diabo" vai acompanhar três histórias interligadas: uma visita do diabo à terra, um caso de adultério e as desilusões de um ornitólogo.Fernanda Montenegro, Alex Sander, Lima Duarte e Ricardo Trêpa estarão no longa, que deve estrear a partir de 2015.

Veja os 13 perfis procurados pela produtora Aurora Filmes
Homens e mulheres bem musculosos (20 a 35 anos);
Homens altos e bonitos, com porte atlético (20 a 40);
Homens com dreadlocks; (20 a 40 anos);
Homens excessivamente magros (25 a 45 anos);
Homem comum com deficiência visual (30 a 60 anos);
Senhores fortes e bem apessoados (40 a 60 anos);
Homens negros gordinhos (40 ou 50 anos)
Homens com aparência árabe (25 a 50 anos)
Drag-queens;
Emboladores ou Repentistas nordestinos;
Mulher Barbada;
Grupos de Mariachis ou outro gênero folclórico ou étnico;
Anões dos dois sexos e qualquer idade.

E aí! vai encarar?

Ney Matogrosso agenda entrada em estúdio para abril, no Rio de Janeiro



Em tese, Ney Matogrosso iria gravar este ano o DVD do show Atento aos sinais, perpetuado por ora somente em disco feito em estúdio em 2013. Mas é possível que o cantor - em foto de Marcelo Faustini - tenha incluído um outro álbum em seu cronograma, além do registro ao vivo do espetáculo. Ney agendou entrada em estúdio, no Rio de Janeiro (RJ), em abril de 2014.
 
Fonte: Notas Musicais

segunda-feira, 24 de março de 2014

Fundarpe abre inscrições para seminário sobre o Movimento de Cultura Popular

 
A Fundarpe abre inscrições para o seminário “Movimento de Cultura Popular: um sonho interrompido, uma história recorrente – 50 anos depois do golpe militar de 1964”. O encontro será realizado nos dias 31 de março e 1º de abril, às 19h, no auditório do Museu do Estado de Pernambuco. O seminário abordará a trajetória de atuação de vários artistas, educadores e militantes da sociedade civil e a intervenção no movimento pela ditadura militar. O evento é aberto ao público gratuitamente. Os  interessados podem ser inscrever previamente pela internet, enviando email com nome, profissão/ curso, instituição (se houver) e telefone para inscricoes.seminariomcp@gmail.com. O auditório tem 80 lugares.
 
Entre os convidados do seminário que irão relembrar os momentos do MCP estão Germano Coelho, Abelardo da Hora, Geraldo Menucci, Silke Weber, Joacir Castro e Letícia Rameh. O seminário faz parte do convênio do programa Mais Cultura, firmado entre a Fundarpe e o Ministério da Cultura (MinC), e tem o apoio da Prefeitura da Cidade do Recife (PCR).
 
HISTÓRIA – O MCP foi criado no dia 13 de maio de 1960, como uma instituição sem fins lucrativos. Sua sede funcionava no Sítio Trindade, antigo Arraial do Bom Jesus, localizado no bairro de Casa Amarela. O movimento era constituído por estudantes universitários, artistas e intelectuais e tinha como objetivo realizar uma ação comunitária de educação popular, a partir de uma pluralidade de perspectivas, com ênfase na cultura popular, além de formar uma consciência política e social nos trabalhadores, preparando-os para uma efetiva participação na vida política do País.

SERVIÇOSeminário "Movimento Cultura Popular: um sonho interrompido, uma história recorrente – 50 anos depois do golpe militar de 1964"
Inscrições gratuitas: Os interessados devem enviar
email com nome, profissão/ curso, instituição (se houver) e telefone
para inscricoes.seminariomcp@gmail.com.
Local: Auditório do Museu do Estado de Pernambuco (Av. Rui Barbosa, 960, Graças, Recife)
Dia 31 de março, a partir das 19h
Convidados: Abelardo da Hora, Germano Coelho e Letícia Rameh
Dia 1º de abril, a partir das 19h
Convidados: Geraldo Menucci, Joacir Castro, Silke Weber e Letícia Rameh
Informações: (81) 3184-3013

Adélia Prado e seus poemas sujos de vida




Aos 78 anos, Adélia Prado lança Miserere, seu oitavo livro de poesia. O leitor reconhecerá aí uma voz familiar, inconfundível em seu saltério mineiro de louvores, súplicas, cantos de órfã e de exilada. Mais um exemplar de uma poética ambivalente de reverência e irreverência, fervor e emoção erótica. Adélia continua a fazer seu cosmo poético em Divinópolis, cidade onde vive até hoje e que é metáfora do sagrado imiscuído às coisas do mundo em seus livros. Servem de síntese dessa poética versos de Senha, de Miserere: "Tento a rosa de seda sobre o muro / minha raiz comendo esterco e chão". Desabrochada do mais ordinário e cotidiano da vida, eis a rosa mística de Adélia.
 
Além desse cosmo já conhecido do leitor, onde "o velho também é mistério", há em Miserere uma ambivalência mais sutil, já presente em A Duração do Dia, livro anterior de Adélia, na imagem da neblina como respiração próxima de Deus. Esse "onipresente vapor" retorna agora como bruma que "provada no corpo é fria" e "na alma expandida é gozo". O sentimento dessa proximidade atravessa as quatro seções do livro: Sarau, Miserere, Pomar e Aluvião. Não por acaso, repouso é uma palavra recorrente no livro e frequente o tema da morte. "Pois o encontro agora escuro e fosco / no dia radioso é único e não cintila. / (...) / Vivo do que não é meu. / Toma pois minha vida / e não me prives mais / desta nova inocência que me infundes". Esse apelo em oração nos versos finais de Aluvião, único poema a compor a seção que fecha o livro, antecipa o gozo de um encontro que provado no corpo é repouso e na poesia de Adélia é lirismo.
 
Curiosamente, no livro Terra de Santa Cruz, de 1981, há também um poema intitulado Miserere. Nele, Adélia escreve: "Como gostaria de nascer de novo / e começar tudo generosamente". Isso é o que tem feito a cada livro, com um autêntico desejo de descoberta, de inocência, de olhar puro tantas vezes associado ao olhar do poeta no âmbito do discurso literário, embora cada vez mais raramente essa pureza seja posta em prática. Parafraseando Adélia em seu novo Miserere, o nome do espírito desse livro é coragem.

MISERERE
Autora: Adélia Prado
Editora: Record (96 págs., R$ 25)