João Gilberto tem planos de gravar DVD em templo de Kyoto, no Japão. A revelação foi feita pelo próprio cantor, à repórter Sofia Cerqueira, da revista Veja Rio. O suplemento carioca da revista Veja publica na histórica edição deste fim-de-semana um resumo das conversas telefônicas mantidas pela jornalista com João ao longo dos últimos seis meses. Além de anunciar a intenção de gravar o DVD em Kyoto ("É coisa especial, espetacular"), o recluso artista voltou a criticar as gravadoras, revelando que a PolyGram (atual Universal Music) mexeu na gravação do álbum João (1991) - "O disco saiu do jeito que não é" - e reiterando seu descontentamento com a coletânea O Mito (1988), motivo da pendenga com a EMI Music que ainda se arrasta na Justiça e impede as reedições em CDs dos álbuns Chega de Saudade (1959), O Amor, O Sorriso e a Flor (1960) e João Gilberto (1961): "A EMI lançou uma caixa especial com os (três) discos arbitrariamente invadidos, mexidos. Ficou horrível, desagradável. A gravadora esculhambou, adulterou, tirou o harmônico, a coisa que talvez comunique, que passe o físico, o metafísico. É como mudar a cor de uma obra, o texto de um livro. Protestei, teve uma liminar e eles foram recolhidos. Foi feito um laudo nos Estados Unidos que prova as mudanças. A história está na Justiça e os originais continuam fora do mercado. Por não concordar com a EMI, há trinta anos estou sem contrato e sem receber os direitos autorais por esses discos, que antes da adulteração eram vendidos", lamentou João ao telefone com Sofia.
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