O centro do palco, do teatro do
Nascedouro de Peixinhos, Olinda, uma espécie de toré. Numa roda formada por
integrantes do grupo Majê Molê, o homem alto, magro, louro, dança, sem camisa.
Todos batem os pés no chão, fazem a percussão que está sendo gravada. O homem
louro é o cantor, compositor, percussionista Otto. Ele começou a gravar
segunda-feira a sequência de seu elogiado disco Certa manhã acordei de
sonhos intranquilos, de 2009. Estão com eles alguns dos músicos que
contribuíram para deflagrar o manguebeat no começo dos anos 90. Pupilo, Marco
Axé, Toca Ogan, André Malê, Bactéria, Dengue, mais o cearense, pernambucano
honorário, Fernando Catatau.
No palco, além dos músicos, técnico de som, uma equipe, dirigida por Cláudio Assis registra a gravação. Curiosamente, já que os portões do Nascedouro ficam abertos, não tem ninguém nas cadeiras da platéia. Estranho, porque Otto depois do sucesso do último disco, tornou-se bastante conhecido, com músicas em novelas globais, agenda cheia. A resposta talvez esteja no fato de que todos eles, á exceção de Catatau, frequentaram bastante o bairrro: "Peixinhos é uma referência para mim. voltar aqui passa uma energia muito boa. E volto aqui porque sinto que a gente perdeu alguma coisa no Sul, aqui venho me reciclar", dispara o irrequieto Otto.
A idéia de gravar no Nascedouro não veio dele, mas do baterista e produtor Pupilo (Nação Zumbi): "Estava pensando nisto, a gente levou tantos músicos de Peixinhos para outros lugares. Estava na hora de prestar uma homenagem ,e trazer os músicos de volta. E não só por causa disto. Tem esta coisa da prioridades própria. A Jamaica, por exemplo, tem sua sonoridade, Peixinhos também tem", quem diz isto é Pupilo, compadre de Otto (é padrinho da filha do cantor). Com eles, veio uma equipe de São Paulo, e o equipamento de gravação: "Vamos fazer aqui mais as bases. A maioria das vozes será colocada em São Paulo", acrescenta Pupilo.
Embora Certa manhã ainda esteja em evidência, Otto decidiu encarar logo o próximo álbum. Segundo ele, o disco anterior lhe devolveu as perdas que teve num período imediatamente anterior à sua gravação (casamento desfeito, o falecimento da mãe, entre outras perdas). O novo disco terá outra concepção. Se Certa manhã era mais pop, mais confessional, o disco que começa a ser feito é uma volta às origens percussivas: "Vai se chamar The moon 1111. A inspiração veio do filme de Truffaut, Fahrenheit 451 (por sua vez adaptação do livro homônimo de Ray Bradbury), o conceito tem a ver com o portal 1111, que abre um círculo que se fecha em dezembro de 2012. É o futuro, e também um africano na lua. Ou Fela Kuti com Pink Floyd", torna a disparar Otto.
Fonte: Jc Online
POIS É, A MÚSICA BRASILEIRA PRECISA SE RENOVAR, PRINCIPALMENET A PERNAMBUCANA, E QUE APAREÇA CANTORES AFINADOS PORQUE TA BRABO O NEGÓCIO!
ResponderExcluirSEGURA A ONDA QUE LA VEM BOMBA!
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