O argentino Adolfo Kaminsky salvou a vida de três mil pessoas durante a ocupação nazista na França por sua habilidade como falsificador de documentos, que pôs à disposição da resistência francesa, revela um livro publicado na Argentina. Adolfo Kaminsky, o Falsificador, escrito por sua filha, Sara Kaminsky, também cita seu trabalho para a Frente de Libertação Nacional (FLN) durante a guerra de independência da Argélia, seu auxílio na formação de antifranquistas na Espanha e sua ajuda a combatentes contra as ditaduras na Guatemala e na Grécia. "Foram dois anos de pesquisa e 20 entrevistas para descobrir quem era Adolfo Kaminsky, já que eu que só conhecia meu pai.
Às vezes, precisei do olhar dos outros para compreender suas escolhas, sua vida de falsificador, de clandestinidade, seus compromissos políticos", relata a autora. Com apenas 17 anos, Kaminsky se tornou um especialista em falsificação graças a seus trabalhos em uma tinturaria, seus contatos com um vendedor de produtos químicos e sua própria intuição, que o levou a realizar vários testes com sucesso. Com sua habilidade, Kaminsky conseguia fazer desaparecer o rastro da tinta e registrar novos dados de uma pessoa em um documento falso, descreve o livro, lançado na Argentina pela editora Capital Intelectual.
Os conhecimentos acumulados sobre falsificações aumentaram quase ao mesmo tempo em que o nazismo avançava na França, onde já morava havia vários com sua família e onde ainda vive este antigo membro da resistência. Em 1943, o então jovem e sua família foram detidos e transferidos para o campo de concentração de Drancy, próximo a Paris, uma "antecâmara da morte" onde 77 mil prisioneiros, principalmente judeus, foram reagrupados antes de serem levados aos centros de extermínio nazistas.
É bom que estes registros perdurem, pois, ainda hoje, existem os que negam o holocausto. O Kaminski atesta a barbárie a que foram submetidos os judeus por questões raciais.
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