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sexta-feira, 18 de junho de 2010

Sem perder o Rítmo ( Caboclinhos )


Caboclinhos é uma dança folclórica bastante executada durante o Carnaval de Pernambuco, por grupos fantasiados de índios que, com vistosos cocares, adornos de pena na cinta e nos tornozelos, colares, representam cenas de caça e combate. Os instrumentos musicais são a gaita (flauta de apito ou pífano), duas maracas de zinco ou flandre e um surdo (bombo)de zinco coberto com couro de bode em ambos os lados.

As preacas são instrumentos de marcação em forma de arco e flecha, produzindo um som seco, em harmonia com o surdo; também o apito para os caboclos de frente, que puxam o cordão, tanto dos homens como das mulheres. Os ritmos são o perré (ou toré), guerra e baião, sendo o primeiro mais lento. A dança é forte e rápida, exigindo destreza e desenvoltura dos participantes. Há passos em que se dança agachado, baixando-se e levantando-se rapidamente e ao mesmo tempo rodopiando, apoiando-se nas pontas dos pés e calcanhares, exigindo muita resistência física.

Os personagens do caboclinhos são:

Cacique e "cacica" (ou mãe da tribo), ambos usando tanga e saiote de plumas ou penas;
Porta-estandarte;
Conjunto de três tocadores (gaita, maracas e surdo);
Cordões (filas indianas) de caboclos e caboclas;
Grupo de crianças ou "curumins" (do tupi kuru´mi, menino).

Os caboclinhos historicamente têm relação com o culto da Jurema. A Jurema é uma árvore nativa do Brasil, de caule tortuoso, cujas folhas, raízes e casca servem para uso medicinal e para o preparo de uma bebida que, nos cultos indígenas e caboclos, integra o ritual da Jurema Sagrada. Os componentes de um grupo de caboclinhos que vivência a religiosidade não desfilam no carnaval sem antes tomar a bebida de Jurema. Inicialmente os integrantes de caboclinhos eram apenas homens, que durante o carnaval passavam de três a quatro dias fora de casa.

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