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terça-feira, 1 de abril de 2014

Contos de Monteiro Lobato voltam em volume único

 
 
“Muita saúva e pouca saúde, os males do Brasil são” – a frase imortalizada por Mario de Andrade em Macunaíma poderia muito bem ter sido escrita por Monteiro Lobato (1882-1948). Basta conferir o tom de seus textos curtos, reunidos agora pela primeira vez em um único volume, para se ter a dimensão de sua visão realista em um momento do Brasil (início do século passado, a chamada Primeira República) em que a pobreza era dominante porque a maior parte da população parecia imersa no atraso.
 
Contos Completos, que a Biblioteca Azul (selo da editora Globo) lança nesta semana, reúne os quatro livros de contos que Lobato publicou em vida: Urupês, em 1918, Cidades Mortas (1920), Negrinha (1922) e O Macaco Se Fez Homem (1923). São textos em que ele comprova não ter se influenciado pelo clima de reforma que marcava os autores do Rio de Janeiro, tampouco se entusiasmado pelas ilusões da Semana de Arte Moderna de 1922, que encantou a jovem burguesia paulistana.
 
Personalidade de múltiplas facetas, movido por sonhos e utopias, Monteiro Lobato era um homem que tomava partido sobre todos os assuntos polêmicos de sua época, defendendo suas posições em cartas e artigos que publicava na imprensa, sobretudo no Estado. E sua paleta de opiniões variava na composição, da defesa da manutenção do petróleo brasileiro a críticas de arte, cuja contundência o credenciava como um dos mais respeitados observadores de artes plásticas da época.

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