Notícias para o blog devem ser enviadas para jsvi@bluenet.com.br

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Morta há 30 anos, Clara Nunes é referência de canto e de samba no Brasil



Fez 30 anos nesta terça-feira, 2 de abril de 2013, que Clara Nunes saiu precocemente de cena, aos 40 anos de vida. Perda que chocou o Brasil na época pela morte estúpida, inesperada, consequência do que seria corriqueira operação de varizes. Decorridos 30 anos do voo da sabiá, Clara Nunes ainda é sólida referência de canto feminino no Brasil - e de samba, ainda que seu repertório tenha abarcado outros ritmos brasileiros.
 
A associação de Clara ao samba no imaginário nacional é perfeitamente compreensível. Com voz luminosa, Clara Francisca Gonçalves irradiou alguns dos melhores sambas ouvidos nos anos 70, década de seu apogeu artístico e comercial. A emissão límpida e a afinação perfeita – treinadas espontaneamente na escola noturna das boates da Belo Horizonte (MG) dos anos 60 – ganharam projeção nacional quando, após transitar por boleros e por músicas de festivais, a mineira abraçou o samba em 1971, escorada em imagem afro-brasileira arquitetada pelo produtor e radialista Adelzon Alves em sintonia com o apego da intérprete aos temas do Candomblé.
 
São dessa fase álbuns emblemáticos como Alvorecer (1974) e Claridade (1975). A partir de 1976, conduzida pelo produtor Paulo César Pinheiro, Clara abriu o leque estético do repertório em álbuns igualmente primorosos como Canto das três raças (1976), As forças da natureza (1977), Guerreira (1978), Esperança (1979), Brasil Mestiço (1980), Clara (1981) e Nação (1982), nos quais cantou outros ritmos brasileiros sem nunca se dissociar do samba. Gravações ainda hoje marcantes como as de Ê baiana (1971), Ilu ayê (Terra da vida) (1972), Tristeza pé no chão (1973), Conto de areia (1974), O mar serenou (1975), Canto das três raças (1976), Coração leviano (1977), Mente (1978), Na linha do mar (1979), Morena de Angola (1980), Portela na avenida (1981) e Ijexá (1982) ainda reverberam na alma do Brasil - 30 anos após o voo da sabiá - e atestam a perenidade do canto luminoso do ser de luz de voz guerreira calada justo quando tinha alcançado a maturidade artística.
 
Fonte: Notas Musicais

Nenhum comentário:

Postar um comentário